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07/04/2013 - Por: www.febnet.org.br
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Ave, Cristo! 60 anos de lançamento.
 

 

Por Antonio Cesar Perri de Carvalho (Revista Reformador - Abril 2013)



Aos 18 de abril de 1953,Emmanuel – o orientador espiritual de Francisco Cândido Xavier – assinou a apresentação de Ave, Cristo!, em Pedro Leopoldo (MG), dando por concluída a redação do livro, que foi lançado pela FEB na passagem de novembro para dezembro do mesmo ano. Já na edição de dezembro de 1953, Reformador estampava uma resenha da obra, sob o título Monumentos literários:


    É o relato de uma série imensa de crimes, cometidos no terceiro século de nossa era, demonstrando a degradação do Paganismo na decadência do Império Romano, e o triunfo do Cristianismo no martírio de multidões de Espíritos sublimes que desceram à Terra para exemplificar a Boa Nova.


   Esta edição de Reformador também publicava um anúncio:“Natal! Ano Novo! Presenteie seu amigo com Ave, Cristo!”.


    Os romances históricos do citado autor espiritual focalizam cenários relacionados com a história do Cristianismo: quatro deles vinculados aos séculos iniciais do movimento cristão, enquanto Renúncia tem como pano de fundo algumas ações religiosas na Espanha e na França.Mesmo considerando-se as diferenças de contextos, “os cinco romances em questão são adequados e direcionados às vivências em curso no nosso tempo”.2 


Tais obras     [...] têm a finalidade de nos servir de roteiro e fonte de inspiração para melhor conduzirmos,em termos morais, as nossas vidas. Ademais, o autor espiritual nos induz à reflexão sobre a existência de certa similitude entre o momento em que vivemos e os três primeiros séculos do Cristianismo – época em que transcorreu a maior parte das histórias por ele narradas. [...]



    Na apresentação de Ave, Cristo!,Emmanuel fez a seguinte colocação:


    Hoje, como outrora, na organização social em decadência, Jesus avança no mundo, restaurando a esperança e a fraternidade, para que o santuário do amor seja reconstituído em seus legítimos fundamentos.4 



    O século III é o cenário para as tramas relatadas em Ave, Cristo!. No decorrer do período focalizado no romance – quase 50 anos – sucederam-se vários imperadores, diversos deles citados pelo autor espiritual: de Caracala – governo de 211 a 217 d.C., passando por Macrino, Heliogábalo, Alexandre Severo, Maximino, Gordiano, Filipe, Décio, Gallus, Emiliano, até Valeriano (período 253 a 260 d.C.). O enredo se desenrola na capital do Império, na Gália Narbonense e na região da Campânia. 

    

    A história dos personagens se desenvolve a partir de episódio trágico durante viagem em navio de propriedade de Opílio Veturo, no momento em que Ápio Corvino – velho pregador de Lyon (a antiga Lugdunum) na Gália Narbonense –, foi assassinado em substituição ao alvo, que seria Quinto Varro. Ápio Corvino estava com “mais de 70 anos, mas [...] portador de um espírito juvenil”5 e há também a informação de que “depois de 177, estivera largo tempo no Egito, onde adquirira valiosas experiências”.6 Com este fato, ocorre uma guinada na vida de Quinto Varro, que desponta como cristão, escondido na personagem de um novo Corvino. 



    O agora irmão Corvino se dirige a Lyon, que [...] fora sempre um ponto de convergência para os estrangeiros. Perseguidos de vários lugares batiam às portas da Igreja, implorando socorro e asilo.7



    Ali ainda havia as reminiscências das perseguições do ano 177, mas, no geral, “a comunidade lionesa começara o serviço de evangelização em relativa calma”.6

    [...] Quinto Varro, agora transformado em “irmão Corvino”,chegou à sala acanhada e pobre destinada às pregações da Igreja de São João, onde, segundo informações obtidas, encontraria Horácio Níger para o anelado entendimento.


    Os enganos de patrícios romanos em Lyon levaram a antiga família de Varro à degeneração moral, e ele próprio foi vítima de seus familiares, mesmo após – como o missionário cristão Corvino – ter dado apoio a seu filho Taciano, então enfermo. Entre muitos outros fatos relatados, destacamos que no ano 243 nasceu Blandina, como “uma bênção do Céu”8 para o pai Taciano. Blandina ficou enferma e, num momento de impasses, ela e Taciano foram amparados pelos cristãos Basílio e sua filha adotiva Lívia, recém-chegados a Lyon. Basílio, nascido em Roma e filho de escravos gregos, se abeirava dos 70 anos. Blandina ficou muito sensibilizada com o apoio espiritual de Basílio e Lívia. 

    

    Em função do atendimento citado, começaram as perseguições aos dois missionários. Basílio foi morto e Lívia, vítima de uma cegueira provocada, sofreu chantagens e pressões para que abandonasse a crença:    


    [...] o Cristianismo é a loucura de Jerusalém que pretende asfixiar a saúde e a alegria de Roma. [...]9 Depois de uma peregrinação benfazeja, no final da vida, Lívia foi reconhecida por Taciano na região de Nápoles, passando-lhe o garoto Quinto Celso, que ela havia adotado. Na realidade, era Quinto Varro reencarnado, que retornava em tarefa especial na tentativa de recuperar Taciano. Anos depois, o orgulhoso Taciano e o jovem Quinto Celso foram sacrificados juntamente com os cristãos, em Roma, no Anfiteatro de Vespasiano. Ao adentrar no mundo espiritual, Taciano reconheceu o pai na figura do jovem e dele ouviu:


    – Taciano, meu filho, agora poderemos trabalhar, em louvor de Jesus, para sempre!... [...] Beijou as mãos paternas como alguém que saciava saudades terrivelmente sofridas e tentava algo dizer, quando viu Blandina, Basílio, Lívia e Rufo [...]. 

    [...] centenas de almas radiantes seguravam lirial estandarte, em que brilhava a saudação tocante e sublime: – Ave, Cristo! os que vão viver para sempre te glorificam e saúdam!10


    Há “[...] certa analogia entre os sacrifícios vividos pelos cristãos do século III e o papel a ser desempenhado pelos espíritas no processo de exemplificação do Evangelho na atual fase de transição, vivida na Terra, rumo ao reajustamento dos valores humanos”. 3 Emmanuel, na sua trajetória do outrora orgulhoso senador Públio Lentulus até a condição atual de exegeta do Evangelho de Jesus, passou por inúmeras existências marcadas por renúncia e dedicação. Neste romance, como em alguns outros, ele não aparece como personagem principal.11



    Em nossos dias, o sacrifício é substituído por algumas renúncias ou priorizações para o norteamento da trajetória de nossas existências, com fidelidade aos ensinos emanados do Mestre Galileu e do mundo espiritual, codificados por Allan Kardec nas Obras Básicas.





Referências:

1REFORMADOR. ano 71, n. 12, p. 11(279) e 12(280), dez. 1953.
2CARVALHO, Flávio Rey. Os romances de Emmanuel e o nosso tempo. Reformador. ano 128, n. 2.177, p. 18(312) a 20(314), ago.2010.
3______. A finalidade dos romances de Emmanuel. Reformador. ano 128, n. 2.178, p. 18(352) a 20(354), set. 2010.
4XAVIER, Francisco C. Ave, Cristo! Pelo Espírito Emmanuel. 1. imp. Brasília: FEB, 2012. p. 7.
5______. ______. pt. 1, cap. 2, p. 27.
6______. ______. pt. 1, cap. 3, p. 65 e 62,respectivamente.
7______. ______. pt. 1, cap. 3, p. 64.
8______. ______. pt. 2, cap. 1, p. 153.
9______. ______. pt. 2, cap. 4, p. 225.
10______. ______. pt. 2, cap. 7, p. 311.
11CARVALHO, Antonio Cesar Perri. Trajetória de Emmanuel. Reformador. ano
125, n. 2.139, p. 23(229) a 25(231), jun. 2007.

 



 
 
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